Dicas de Mulher
Uma prática sexual muito conhecida entre os praticantes de BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo), o bondage consiste em amarrar um parceiro de maneira totalmente consentida, seja com algemas, cordas, gravatas ou outros objetos que imobilizem a pessoa e lhe tragam algum tipo de prazer. Entenda mais sobre o assunto que ainda é permeado de tabus com a explicação de uma sexóloga.
O que é bondage
De acordo com a psicóloga e sexóloga, Maria Cecília (CRP 06/176970), o bondage é uma prática sexual que envolve a restrição de movimento, isto é, amarrar, algemar ou prender o parceiro e está muito ligada à cultura sadomasoquista.
Maria Cecília também ressalta a diferença ente bondage e shibari, que é um técnica japonesa de amarração muito mais ligada a uma expressão artística e não necessariamente praticada para fins sexuais.
A psicóloga também explica que não se sabe a origem exata do bondage, mas é uma prática antiga. A figura mais icônica foi Marquês de Sade, sujeito subversivo que ficou conhecido por práticas relacionadas à extrema submissão. Mais recentemente pode-se citar o “Movimento Leather”, iniciado nos Estados Unidos nos anos de 1940, que trouxe a tona, principalmente, o fetiche em couro.
Ainda segundo a sexóloga, por algum tempo, o bondage e o BDSM foram considerados um transtorno dentro da literatura psiquiátrica. “Hoje o BDSM em si é organizado por meio de regras, com muita informação sobre segurança, ou seja, é uma prática e não tem nada de transtorno”, enfatiza.
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O bondage por muito tempo envolveu diversos mistérios e foi permeado de tabus. Hoje, ele é considerado uma das práticas mais comuns dentro dos adeptos ao BDSM e para aqueles casais que querem apimentar a relação. E como reforçou a psicóloga, sempre com total consentimento dos envolvidos!
Como começar no bondage
Os iniciantes no bondage ou curiosos que gostariam de saber mais sobre o tema, precisam focar em aprender algumas técnicas de amarração, materiais utilizados e como se manter seguro. Além disso, é importante pensar em algumas questões básicas, como entender os limites do próprio corpo, consentimento e autoconhecimento. A seguir, você confere cinco dicas para conhecer um pouco mais sobre o bondage e ter prazer ao explorar essa prática!
1. Consentimento e respeito em primeiro lugar
Para começar uma prática sadia e realmente prazerosa de bondage, o mais importante é a comunicação para estabelecer os limites de cada um dos envolvidos. Maria Cecília ressalta que deve haver todo um combinado com consentimento – e nada de fazer algo só para agradar a outra pessoa!
“É importante combinar os limites da prática e muitas pessoas usam sinais ou palavras para isso. E para haver consentimento, é interessante que você conheça a pessoa com quem que você praticará o bondage. Fica mais complicado realizar a prática com alguém desconhecido”, alerta a psicóloga.
2. Objetos seguros e conhecimento
Por envolver o uso de objetos, o bondage precisa ser feito com materiais seguros e que não coloquem em risco a vida das pessoas envolvidas. Então, procure se informar e estudar mais sobre o assunto, como sugere Maria Cecília.
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“Hoje em dia existem grupos de BDSM, que disponibilizam informação sobre regras e segurança. Quem está começando é interessante conhecer a cultura mesmo! Estudar, ler, se informar, saber como que funciona, até mesmo pra ter uma satisfação melhor com a prática”, sugere a sexóloga.
3. Brinquedos e imaginação
Totalmente ligada ao tópico anterior, essa dica é também para quem curte incrementar o bondage com outros objetos, desde uma simples venda até sex toys, como dildos, vibradores e outros brinquedos eróticos. Em lojas especializadas nesses produtos, é possível encontrar algemas mais seguras, por exemplo!
“A pessoa que vai estar na posição de dominação, precisa saber como manejar os instrumentos, de uma forma segura para não se infectar de IST’s, nem dar infecções, em especial quando há alguma troca de fluidos”, adverte.
A psicóloga ressalta o quão importante é se permitir e se deixar guiar pela imaginação. “Se você vai fazer o bondage com uma perspectiva de satisfação na dor ou pela sensação de gostar de ficar amarrada, é legal você procurar deixar a imaginação viajar nesse sentido”, explica Maria Cecília.
4. Segurança e conforto
Por ser uma prática que testa certos limites do corpo, o bondage precisa ser praticado por quem sabe o que está fazendo. Pode parecer um pouco óbvio, mas nada de deixar ser amarrada por quem não sabe. Conhecer as técnicas utilizadas para uma prática segura é essencial para que você não se machuque ou sinta um desconforto que não faz parte das regras estabelecidas. Afinal, a ideia é alinhar dor e prazer de forma sadia e segura.
Por falar em segurança, a profissional também alerta para o não uso de psicotrópicos. “Não faça uma prática com alterações, com a utilização de psicotrópicos ou de qualquer droga! Você precisa estar lúcido para entender os seus limites, qualquer coisa que anestesie ou que alucine será ruim pra essa prática”, frisa.
5. Invista no sexo oral
Uma das práticas mais amadas quando o assunto é vida sexual, o sexo oral é uma ótima pedida entre quem é adepto ao bondage, em especial quando se está vendado.
Explorar os prazeres da pele de quem está amarrado também pode ser uma maneira incrível de despertar sensações que não são plenamente sentidas quando se está com as mãos e o corpo completamente livre. Invista!
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Se você nunca praticou o bondage, mas tem muita curiosidade para conhecer e testar, então a dica principal é pesquisar bastante e se informar antes de começar qualquer prática! Lembre-se sempre de focar na segurança e conforto. Assim, você apimenta a sua vida sexual e descobre novos prazeres que, talvez, você nem sabia que eram possíveis. Aproveite e leia essa matéria sobre fetiche para aprender mais sobre sobre o assunto!
Mariana Sanches Otta
Jornalista e redatora. Amante de gatos, livros, moda e receitinhas.