Dicas de Mulher
Para algumas, falar em público é difícil, para outras, a dificuldade está em falar sobre sentimentos. Também é difícil falar sobre si mesma e a maioria das mulheres morre de vergonha de falar sobre sexo, inclusive com seus parceiros e parceiras. Se você se identifica com esse cenário, preste muita atenção: sua vida pode estar escorrendo por falta de palavras!
Quando somos bebês, choramos de dor, de fome, de frio, de medo, porque não sabemos, ainda, falar. Acreditem ou não, muitas mulheres seguem ainda adultas com uma trava na garganta, chorando, como se não encontrassem palavras para apresentar suas necessidades ao outro. No trabalho, tendem a calar-se para não serem vistas como arrogantes, ou mesmo por sentirem extrema ansiedade sobre o que o outro vai pensar. Nos círculos sociais, se fecham e evitam falar sobre si mesmas, deixando como tema central da vida os filhos, o marido e o sofrimento do dia a dia.
Nas relações amorosas, temem expor suas emoções, por se sentirem incompreendidas ou fracassadas. No sexo, não podem dizer ao parceiro do que gostam ou do que não gostam por simplesmente não saberem a respeito do próprio prazer. Seja pela forma como a sociedade educa as mulheres a não falarem, seja pela história pessoal de cada uma, nós sempre estamos lidando com as travas que impedem uma vida plena para ser desfrutada.
Falar é deixar fluir, por meio da linguagem, nossos sentimentos. Isso quer dizer que deixamos de ser uma “panela de pressão” prestes a explodir e passamos a nos colocar no mundo, como mulheres que expressam aquilo que desejam. Quando o assunto é sexo, essa comunicação é a ponte para novas descobertas. Mulheres que se permitem gozar sozinhas, masturbar-se, tocar-se, que conhecem cada centímetro do próprio corpo, podem verbalizar para si mesmas, escrever, repetir, as ações, toques e fantasias que lhes dão prazer. Depois de falarem a si mesmas, podem descrever o mapa do tesão ao parceiro, sem vergonha de ser feliz e sabendo que não há nada de errado em explorar o sexo.
Conclusão: poder falar de si é uma arte que só domina quem sabe do próprio prazer.
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Para gostar de sexo, é preciso estar com a autoestima no lugar, amar o próprio corpo, saber o que quer e não ter vergonha de si mesma e do outro. Automaticamente, essas características perpassam nossas outras vivências, fazendo com que sejamos melhores mães, amigas, companheiras, líderes… É nessa possibilidade de ser feliz, primeiramente, com nosso corpo, que vislumbramos o prazer das outras atividades de nossa rotina. Falar e transar… que tal começar?!
Psicanalista e Palestrante, graduada em Psicologia e em Letras, com Mestrado e Doutorado em Linguística e Pós-Graduada em Sexualidade Humana. Dedica sua carreira ao desenvolvimento de mulheres líderes no trabalho, nos relacionamentos e na vida. É autora do livro "A linguagem da loucura" e empresária, ama comunicação, esportes, viagens e celebrações.