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Após a puberdade, o corpo feminino está sujeito a mudanças que deixam marcas na pele. O crescimento dos seios, o estiramento do corpo e a gravidez favorecem o aparecimento de estrias. As marcas na pele têm tratamento, mas nem sempre desaparecem. A seguir, Renata Porphirio, dermatologista do The Corner Sports & Health, explica como as estrias surgem e dá dicas para ter uma pele bonita e saudável.
O que são as estrias
Segundo Renata, as estrias são cicatrizes causadas pela ruptura da pele durante a distensão. “É quando a elastina e o colágeno da pele se rompem com o estiramento de uma região, geralmente causado pelo crescimento rápido da pele”. Os seios, a barriga, as coxas e as nádegas são regiões mais propensas ao rompimento, portanto exigem maior atenção.
O estiramento na adolescência, ganho rápido de peso e gravidez facilitam o aparecimento das marcas. Embora comum a homens e mulheres, o surgimento das cicatrizes impacta mais os corpos femininos. As estrias, assim como as varizes, incomodam e afetam a autoestima feminina.
Durante o estiramento, as estrias podem parecer avermelhadas, arroxeadas e esbranquiçadas. A coloração mostra em qual fase está a lesão. Embora tenha tratamento, as estrias não devem ser motivo de vergonha. Nem sempre é possível evitá-las, mas “isso não tira a saúde da pele”, ressalta a médica. A autoaceitação e a generosidade consigo mesma são suas maiores aliadas.
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Tipos de estrias
As estrias podem ter 3 tonalidades, que mudam com o tempo. A espessura depende da quantidade de fibras de colágeno e elastina rompidas, mas são as cores que determinam o tipo e a eficácia do tratamento. Para ajudar a reconhecer as fases da estria, a profissional explica a diferença entre elas:
- Estrias vermelhas ou roxas: na fase das estrias vermelhas, o rompimento e a inflamação são recentes. “Essa é a melhor época para se tratar”, afirma Renata. Procura-se estimular o colágeno e tratar os vasos sanguíneos da região. Nesse primeiro momento, é possível suavizar as marcas e, em alguns casos, fazê-las desaparecer, devolvendo o aspecto liso à pele.
- Estrias brancas: representam a cicatrização completa. É quando o tratamento fica mais difícil, devido à complexidade do tecido. Em resposta ao estiramento, o corpo trabalha com um tecido de reparação, que é a estria branca. Nessa etapa, o tratamento busca, sobretudo, suavizar as marcas.
Dessa forma, as cores não possuem relação com as causas das estrias. Estas são provocadas por diversos fatores, incluindo predisposição genética e uso prolongado de corticóides. Veja as principais razões para o aparecimento das estrias no corpo.
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O que causa as estrias?
De acordo com Renata, as principais causas das estrias estão associadas ao crescimento acelerado da pele, forçando as fibras de colágeno e elastina. No entanto, casos mais raros ocorrem devido a distúrbios e tratamento prolongado de doenças adquiridas e hereditárias. Confira os detalhes abaixo:
- Puberdade: esse é o principal motivo para estrias em meninos e meninas na adolescência. Além da altura, que mexe com todo o corpo, o “boom de hormônios” nas meninas faz os seios e o bumbum crescerem, e o quadril alargar. Se o desenvolvimento for acelerado, pode acarretar estrias.
- Implante de silicone: próteses mamária e de glúteo também estimulam o crescimento da pele na região, o que pode causar estrias.
- Aumento de peso: “se a pessoa engordou muito rápido, por algum motivo, pode também ocorrer o rompimento dessas fibras”, afirma Renata.
- Exercícios físicos: é possível que as fibras sejam rompidas ao realizar atividades que estimulam o crescimento dos músculos. Glúteos, braços e pernas são exemplos de regiões suscetíveis.
- Gravidez: o aumento de peso e o estiramento da pele estão presentes na gravidez. Diferentemente das situações anteriores, as estrias gravídicas podem ser maiores e com tonalidades mais marcantes.
- Pele ressecada: a dermatologista aponta a falta de hidratação como uma das causas para o surgimento das estrias e a piora do seu aspecto. “Além disso, uma pele ressecada é um pouquinho mais propensa à estria”, afirma.
- Uso prolongado de medicamentos: “alguns medicamentos, como corticoides tópicos e orais, geram estrias mais largas no corpo, devido ao uso prolongado ou a má orientação”, avisa Renata. Ela aponta doenças reumatológicas como exemplo. Nesse caso, é possível que as estrias surjam na infância, com aspecto marcante, maiores e avermelhadas.
- Problemas de saúde: estrias com origem em doenças hereditárias e adquiridas são raras, porém possíveis. Distúrbios como Síndrome de Cushing, Síndrome de Marfan e Síndrome de Ehlers-Danlos são exemplos para ficar atenta.
As estrias não precisam ser um incômodo. Há procedimentos estéticos e produtos para a pele que suavizam as marcas e proporcionam hidratação, já visando dificultar o seu aparecimento. Veja nos próximos dois tópicos o que fazer para diminuir as cicatrizes.
Como tirar as estrias?
Caso queira suavizar a aparência das estrias de maneira eficaz e segura, você pode fazer um procedimento estético. Mas, para escolher a melhor intervenção, é necessário consultar a sua dermatologista. Renata recomenda associar dois tratamentos, para que a pele receba mais de um estímulo. Entre as opções disponíveis, estão:
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- Peeling químico: de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o peeling químico consiste na renovação da pele por meio da destruição da camada a ser atingida. Assim, o intuito é descamar a pele. Renata Porphirio, por exemplo, faz a aplicação após um primeiro tratamento com laser.
- Luz Intensa Pulsada (LIP): nesse procedimento, os feixes de luz atingem somente o tecido lesionado. Ele estimula a produção de colágeno e elastina na região, rejuvenescendo o tecido e devolvendo elasticidade à pele. “O laser de luz intensa pulsada é muito bom para (tratar) a cor”, aponta a dermatologista.
- Laser de CO2 fracionado: Renata também aponta o dióxido de carbono como recurso para estimular a produção de colágeno. No entanto, a profissional alerta para a diferença entre o laser de CO2 e a carboxiterapia. Enquanto no primeiro o feixe atinge a camada mais profunda da pele, o segundo injeta dióxido de carbono na pele. O processo é doloroso e não recomendado pela profissional.
- Microagulhamento com radiofrequência: esse procedimento, segundo Renata, potencializa a produção de colágeno na pele, pois associa os efeitos do microagulhamento e da radiofrência.
- Dermoabrasão: essa técnica é mais agressiva. O profissional lixa a região com estrias, “para correção de alterações como cicatrizes ou asperezas”, informa a SBD. A entidade alerta para a necessidade de anestesia. A dermoabrasão deve ser feita em ambiente hospitalar ou em consultório especializado.
A dermatologista do The Corner Sports & Health ainda comenta que a camuflagem de estrias é apenas uma solução temporária. Para ela, as técnicas com resultados permanentes oferecem mais vantagens.
Como prevenir estrias?
Para Renata, não existe prevenção melhor do que a hidratação. Como citado pela profissional, a pele ressecada tem maior propensão para o surgimento de estrias e piora o seu aspecto. Dessa forma, incluir o bom e velho hidratante na rotina é essencial para diminuir os impactos da perda de colágeno e elastina na pele. “E, na gravidez, a indicação é hidratar muito”, afirma.
Além da frequência, escolher a melhor hora é importante. “O ideal é que seja pelo menos duas vezes ao dia. O melhor momento para se passar um hidratante é após o banho, porque haverá maior absorção da pele”, indica Renata. Para quem não gosta da sensação do produto, a profissional sugere passar um creme mais denso nas áreas com maior propensão e um produto mais leve nas demais áreas.
“Mas não quer dizer que se hidratar muito a pele não vai ter estria. É apenas uma tentativa para que você deixe essa pele mais hidratada e que esse rompimento das fibras na hora do crescimento da pele seja um pouco mais ameno”, ressalta. O mesmo deve ser feito durante o tratamento por meio dos procedimentos estéticos, sejam eles abrasivos ou não.
Além das estrias, a celulite pode incomodar as mulheres. Veja como a criofrequência e a massagem modeladora podem ajudar a melhorar o aspecto da pele, combatendo a gordura localizada.
Fernanda Paixão
Comunicadora, voluntária e empreendedora. Apaixonada por moda, leitura e horóscopos. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela PUC-Rio, com domínio adicional em empreendedorismo.