Bem-estar

Saúde em primeiro lugar: saiba como se prevenir contra as ISTs mais comuns

Atualizado em 29.08.23
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Mães, professores, educadores sexuais, influencers, são muitas as pessoas de quem você pode ter ouvido a frase: “um bebê não é a única preocupação que você deve ter após sexo desprotegido”. Isso porque é possível prevenir uma gravidez usando pílula e outros anticoncepcionais, mas fazer sexo sem uma barreira física já é por si só fator de risco para uma IST.

Sífilis, HIV, gonorreia e HPV são alguns dos quadros que podem ser transmitidos no sexo desprotegido, gerando consequências sérias para sua vida toda. Por isso, conversamos com a ginecologista Maria Cristina Meniconi, do Fleury Medicina e Saúde, para entender melhor o que são esses quadros e como fugir deles!

O que são as ISTs?

As infecções sexuais transmissíveis, como o nome já diz, são infecções causadas por vírus, bactérias ou outros microorganismos, transmitidas, principalmente, via contato sexual. Chamadas há algum tempo de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), o nome foi alterado porque existem pessoas que carregam seus agentes, mas não necessariamente manifestam sintomas, não tendo, portanto, uma doença.

Os dados hoje sobre essas doenças são preocupantes: “No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), cerca de 1 milhão de pessoas tiveram o diagnóstico de alguma IST; o que corresponde a 0,6% da população acima de 18 anos. A sífilis é a IST mais alarmante, porque teve um aumento muito grande com notificação de 360.000 casos em 2 anos”, considera Meniconi. Além disso, a ginecologista destaca que cerca de 25% da população do país tem HPV.

Conheça as principais ISTs com as quais você deve se preocupar

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São diversas as infecções que podem ser transmitidas pela via sexual. Ao Dicas de Mulher, a ginecologista Maria Cristina Meniconi fala um pouco mais sobre cada uma:

1. Sífilis

A sífilis é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum. Além do sexo, ela também pode ser transmitida por contato com objetos com sangue contaminado como agulhas e no parto, de mãe para filho.

“Sua primeira manifestação é uma ferida indolor, que desaparece espontaneamente. Após isso, aparecem manchas na pele que também somem depois de um tempo. Por fim, não há sintomas e surgem sequelas como lesões cerebrais, neurológicas, oculares e cardíacas”, enumera Meniconi. No entanto, em suas primeiras manifestações, é possível tratá-la com penicilina e impedir que avance da forma descrita.

2. Gonorreia

A gonorreia também é causada por uma bactéria, a Neisseria gonorrheae, e pode atacar a uretra, canal cervical, reto e garganta. “Sua manifestação pode ser através de dor ou ardor para urinar e saída de secreção purulenta pela uretra, mas muitas mulheres podem ser assintomáticas”, considera a ginecologista. O tratamento costuma ser feito com os antibióticos azitromicina e ceftriaxona.

3. Herpes genital

A herpes genital é causada pelo mesmo vírus da Herpes simples, mas se localizando na região genital ou anal. “Sua manifestação é através de dor, prurido, vesículas e pequenas ulcerações”, resume a especialista. O seu tratamento, normalmente, é feito com antivirais.

4. Clamídia

A clamídia também é uma infecção bacteriana, causada pela Chlamyda trachomatis. “Pode ser assintomática ou se manifestar dor ou ardor ao urinar, dor pélvica e escapes entre as menstruações”, considera Meniconi. O tratamento é com antibióticos, geralmente azitromicina e doxiciclina.

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5. Tricomoníase

A tricomoníase ocorre devido a presença do parasita Trichomonas vaginalis. “Manifesta-se através de corrimento amarelo ou esverdeado com odor desagradável e desconforto vaginal”, considera Meniconi. Para tratamento, também são usados antibióticos, como metronidazol tópico.

6. HPV

HPV é a sigla inglesa para papiloma vírus humano. Existem muitos subtipos e alguns podem se manifestar com verrugas genitais, visíveis a olho nu, ou formando lesões genitais que podem ser observadas em exames como a colpo e vulvoscopia, como explica a ginecologista. Normalmente, os subtipos que causam lesões estão relacionados a evolução em câncer do colo do útero, por isso que os exames de rotina são imprescindíveis para um tratamento precoce. “O tratamento é muito variável, utilizando-se desde medicações tópicas até procedimentos cirúrgicos”, considera a especialista.

7. HIV

Por fim, o HIV é o vírus da imunodeficiência humana e a IST mais famosa. A sua contaminação acontece através de relações sexuais desprotegidas, contato com ser seringas e agulhas contaminadas e, assim como a sífilis, pela contaminação vertical, durante o parto. “A AIDS altera todo o sistema imunológico, facilitando infecções oportunistas. Pode ser assintomática no início, mas também começar com manifestações como cansaço, febre, aumento de gânglios, manifestações na pele, etc.”, conta Meniconi.

Normalmente, são as infecções oportunistas que podem levar ao agravamento da doença, no entanto, se for detectado precocemente e tratada, a paciente levará uma vida normal, já que o uso de antivirais pode levar a contagem do vírus se aproximar de zero. Ainda assim, é preciso tomar os medicamentos para o resto da vida, já que o HIV nunca é completamente eliminado e pode voltar se o tratamento for interrompido.

Teste e prevenção

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Hoje, quando falamos em ISTs, o primeiro passo é a prevenção. A principal orientação é a adoção de hábitos para um sexo seguro e protegido com o parceiro ou parceira. Porém, caso você suspeita da infecção, realizar testagem rapidamente pode ajudar no tratamento rápido. A ginecologista esclarece as principais dúvidas:

Prevenção

“O preservativo, tanto masculino quanto sexo oral também (seja em vagina, pênis ou ânus).

O preservativo masculino é a famosa camisinha, colocada ao redor do pênis. Já o feminino, é usado no interior da vagina e também protege uma parte do exterior da vulva, sendo bastante útil contra a HPV.

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No sexo oral em pênis, basta usar o preservativo masculino normalmente. Já no sexo oral em vagina ou ânus, é possível abrir um preservativo feminino com uma tesoura, deixando-o como se fosse uma tela e usá-lo para ficar entre a língua e a genitália a ser estimulada.

O sexo sem proteção normalmente não é recomendado pelos especialistas. No entanto, se você estiver com uma parceria fixa (e que tenha você como parceira fixa também!) e optar pelo sexo desprotegido, sempre tenha certeza que nenhum dos dois têm alguma IST prévia e realize testes específicos com frequência.

Testes para ISTs

O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece testes rápidos gratuitos para HIV, sífilis e hepatites B e C. Eles são feitos com uma gota de sangue ou amostras de saliva e trazem resultados em até 30 minutos.

Existem também exames laboratoriais para detectar ISTs como:

  • HIV;
  • Gonorreia;
  • Sífilis;
  • Herpes genital;
  • Hepatite B.

Já o HPV, como explicado, pode ter as lesões examinadas nos exames de colposcopia e vulvoscopia. Todos eles são escaneados nas consultas de rotina com seu ginecologista.

PEP para HIV e outras ISTs

Se você teve uma relação desprotegida por qualquer motivo (desde descuido, rompimento do preservativo ou até em caso de estupro), existe a chamada Profilaxia Pós-Exposição de Risco (PEP), que inclui medicamentos que agem rapidamente para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Atualmente, o SUS oferece PEP para HIV e hepatites, basta procurar no site oficial do Governo Federal.

As ISTs são quadros que podem evoluir com gravidade, por isso são perigosas e devem ser prevenidas. Por sorte, é fácil ter esses cuidados. Saiba mais sobre a vacina HPV, outra forma de prevenir a infecção e desenvolvimento de doenças.